EDITORIAL 1
O aval de mais de meio milhão de contos do Ministério das Finanças à U.G.T. veio mostrar às claras e pela primeira vez, aquilo que todos nós já sabíamos há muito. O sindicalismo, este sindicalismo, não tem rigorosamente nada a ver com o processo histórico que se desencadeou a partir de finais do século passado e durante os primeiros tempos do nosso século, e em que os sindicatos eram uma força real de oposição e de combate em relação ao poder estabelecido, cujo ponto alto se deu com a C.G.T. anarco-sindicalista, de 1919 a 1927.
Espantoso nisto tudo foi a sinceridade do Ministro que gere o nosso dinheiro, nas afirmações que proferiu perante a comunicação social, no sentido de que sem este aval a U.G.T. poderia entrar em falência, e o governo não poderia aceitar de modo nenhum essa situação.Estas declarações mostram determinantemente que a central sindical actua como parceiro de peso, na gestão governativa corrente...
Alguns incautos podem estar a pensar que em relação à Intersindical a situação é diferente, devido às suas explícitas ligações com o Partido Comunista e com a histórica aversão que existe entre estes e os “democratas” que nos governam ou governaram. Não esquecer no entanto, que a C.G.T.P. também não tem as mãos limpas. Recebe milhares de contos para fazer formação profissional e independentemente da gestão correcta desse dinheiro e do pagamento dessas dívidas ao Estado, objectivamente está a fazer papel de subsidiária estatal. Na verdade os nossos sindicatos têm muito pouca eficiência como grupos de pressão, quer pelas divisões que existem entre eles, quer fundamentalmente pelas cada vez maiores relações que mantêm com o poder, quer através de protocolos, contratos de vário tipo, ou ligações umbilicais, ideologicamente falando.
Mudando de assunto, ou talvez não, importa fazer uma breve reflexão sobre a questão da violência, tendo em conta toda uma série de acontecimentos que têm ocorrido um pouco por todo o país, uns mais publicitáveis outros menos. Alguns “especialistas” opinam, no sentido do seu incremento estatisticamente falando, enquanto que outros preferem referir-se dum ponto de vista qualitativo, no sentido de certos crimes que há anos eventualmente teriam menor expressão, ao contrário do que acontece actualmente.
Esta foi a tese dum douto sábio sociologo ex-judiciária e estudioso destas matérias que, novidade das novidades, advertiu que a situação tende a piorar nos próximos anos, na sequência do que aconteceu com outros países mais “desenvolvidos” hoje que há vinte ou trinta anos atrás. É explícita a inerência da violência manifesta e silenciosa nas relações humanas, no entanto a história mostra o incremento expoencial da violência nas sociedades capitalistas desenvolvidas, tendo unicamente como resposta, igualmente o incremento da violência por parte do aparelho judicial e policial. Violência com violência se paga. Assim vai o mundo, como diria Gastão.
Último tópico a considerar e a merecer uma maior atenção oportunamente: o movimento dos Sem-Terra no Brasil. Nunca este movimento estaria a dar os brados que ultimamente nos têm chegado se estivesse a ser enquadrado por sindicatos com as características dos nossos. Trata-se dum movimento espontâneo de camponeses saturados com a situação de miséria em que vivem e em que não têm nada a perder a não ser os grilhões que os prendem aos grandes proprietários de terras que os exploram. Situação explosiva que terá obrigatoriamente desenvolvimentos. Basta para isso a persitência, com a acuidade necessária que a situação exige, por parte deste movimento reinvidicativo sem enquadramento partidário. Pelo menos até ver.
O aval de mais de meio milhão de contos do Ministério das Finanças à U.G.T. veio mostrar às claras e pela primeira vez, aquilo que todos nós já sabíamos há muito. O sindicalismo, este sindicalismo, não tem rigorosamente nada a ver com o processo histórico que se desencadeou a partir de finais do século passado e durante os primeiros tempos do nosso século, e em que os sindicatos eram uma força real de oposição e de combate em relação ao poder estabelecido, cujo ponto alto se deu com a C.G.T. anarco-sindicalista, de 1919 a 1927.
Espantoso nisto tudo foi a sinceridade do Ministro que gere o nosso dinheiro, nas afirmações que proferiu perante a comunicação social, no sentido de que sem este aval a U.G.T. poderia entrar em falência, e o governo não poderia aceitar de modo nenhum essa situação.Estas declarações mostram determinantemente que a central sindical actua como parceiro de peso, na gestão governativa corrente...
Alguns incautos podem estar a pensar que em relação à Intersindical a situação é diferente, devido às suas explícitas ligações com o Partido Comunista e com a histórica aversão que existe entre estes e os “democratas” que nos governam ou governaram. Não esquecer no entanto, que a C.G.T.P. também não tem as mãos limpas. Recebe milhares de contos para fazer formação profissional e independentemente da gestão correcta desse dinheiro e do pagamento dessas dívidas ao Estado, objectivamente está a fazer papel de subsidiária estatal. Na verdade os nossos sindicatos têm muito pouca eficiência como grupos de pressão, quer pelas divisões que existem entre eles, quer fundamentalmente pelas cada vez maiores relações que mantêm com o poder, quer através de protocolos, contratos de vário tipo, ou ligações umbilicais, ideologicamente falando.
Mudando de assunto, ou talvez não, importa fazer uma breve reflexão sobre a questão da violência, tendo em conta toda uma série de acontecimentos que têm ocorrido um pouco por todo o país, uns mais publicitáveis outros menos. Alguns “especialistas” opinam, no sentido do seu incremento estatisticamente falando, enquanto que outros preferem referir-se dum ponto de vista qualitativo, no sentido de certos crimes que há anos eventualmente teriam menor expressão, ao contrário do que acontece actualmente.
Esta foi a tese dum douto sábio sociologo ex-judiciária e estudioso destas matérias que, novidade das novidades, advertiu que a situação tende a piorar nos próximos anos, na sequência do que aconteceu com outros países mais “desenvolvidos” hoje que há vinte ou trinta anos atrás. É explícita a inerência da violência manifesta e silenciosa nas relações humanas, no entanto a história mostra o incremento expoencial da violência nas sociedades capitalistas desenvolvidas, tendo unicamente como resposta, igualmente o incremento da violência por parte do aparelho judicial e policial. Violência com violência se paga. Assim vai o mundo, como diria Gastão.
Último tópico a considerar e a merecer uma maior atenção oportunamente: o movimento dos Sem-Terra no Brasil. Nunca este movimento estaria a dar os brados que ultimamente nos têm chegado se estivesse a ser enquadrado por sindicatos com as características dos nossos. Trata-se dum movimento espontâneo de camponeses saturados com a situação de miséria em que vivem e em que não têm nada a perder a não ser os grilhões que os prendem aos grandes proprietários de terras que os exploram. Situação explosiva que terá obrigatoriamente desenvolvimentos. Basta para isso a persitência, com a acuidade necessária que a situação exige, por parte deste movimento reinvidicativo sem enquadramento partidário. Pelo menos até ver.
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